sábado, 11 de fevereiro de 2012

Suspendido un partido en Chile por lanzamiento de bengalas

El partido del viernes entre la Universidad de Chile y el Deportes Iquique, correspondiente a la tercera jornada del torneo Apertura, fue suspendido debido al lanzamiento de bengalas al campo. La 'U' anunció que presentará una denuncia contra los hinchas que lanzaron las bengalas al tiempo que pidió a las autoridades que sancionen a los responsables.
Los hechos ocurrieron en la noche del viernes, cuando aficionados de la barra de los azules lanzaron tres bengalas al césped del estadio Santa Laura, en la capital chilena, lo que llevó al árbitro Patricio Polic a suspender el partido en el minuto 53, con el empate a uno en el marcador.

La Asociación Nacional de Fútbol Profesional debe decidir este sábado si da el partido por finalizado.

La primera bengala afectó al guardameta visitante, el paraguayo Cristián Limenza, que perdió la audición por algunos instantes y posteriormente acudió a una comisaría de Carabineros a constatar lesiones.

Miembros de la barra de 'Los de Abajo' han señalado que el lanzamiento de bengalas está relacionado con suenfado con la dirección del club, a la que acusan de incumplir el compromiso de fijar los precios de las entradas en 4.000 pesos (8,3 dólares).

La policía detuvo a siete personas por estos hechos y anunció una investigación para aclarar cómo los hinchas pudieron acceder al estadio con esos elementos, ya que los asistentes son habitualmente sometidos a un exhaustivo control por parte de Carabineros.

Tras la suspensión del partido, la intendenta (gobernadora) de Santiago, Cecilia Pérez, dijo en declaraciones a Radio Cooperativa que sigue "extrañando la voz de los dirigentes de los clubes", que a su juicio deben aportar su experiencia para erradicar este tipo de violencia.

Por su parte, Federico Valdés, presidente de Azul Azul, la sociedad que administra el club, pidió sanciones para los responsables y recordó que entre sus atribuciones no está revisar a los espectadores cuando entran al estadio ni detenerlos o castigarlos.

"Les pido a las autoridades que cumplan con su rol preventivo y que castiguen a los que delinquen, que lo hicieron a cara descubierta y frente a las cámaras de televisión", señaló Valdés en una entrevista que publica el diario 'El Mercurio'.

Valdés anunció además que este lunes acudirá a tribunales para denunciar a quienes resulten responsables de estos incidentes.
Universidad de Chile arrienda ese estadio a Unión Española, cuyos directivos explicaron que las cláusulas del contrato sólo permiten ponerle fin cuando se registran daños en el recinto, algo que no ocurrió.

Fonte: http://www.marca.com/2012/02/11/futbol/futbol_internacional/chile/1328981892.html

COMENTÁRIOS:

Resulta inaceitável perceber que dirigentes ainda concluem que não faz parte de sua responsabilidade, averiguar junto aos órgãos de segurança quais objetos adentram nas dependências de um espetáculo desportivo. Caso transferíssemos o cenário chileno para a realidade brasileira, notadamente em sede de eventuais consequências a partir do arremesso destes objetos, certamente iriamos vislumbrar inúmeras penalidades.

Desde condenações na esfera dos Tribunais de Justiça Desportiva, pelo arremesso de objetos a partir de uma denúncia formulada pela Procuradoria com base no art. 213 do CBJD, bem como por uma provável ação violenta de torcedores que aproveitando-se deste aparate ofensivo e perigoso, acabam por atacar outro grupo de torcedores, vindo a posteriori, em caso de lesões de menor potencial ofensivo, serem julgados por um juiz de direito do Juizado Especial Cível, tudo segundo os dispositivos do Estatuto do Torcedor e da Lei 9.0999/95.

Outrossim, e mais gravoso é que em plena evolução da indústria esportiva, continuamos a enxergar que a postura retrograda de dirigentes 'celebridades' vem sendo adotada em detrimento de uma postura preventiva, digna dos dirigentes 'profissionais'. Hoje, nossos dirigentes transferem toda a responsabilidade de segurança (revista e contenção) para policiais nitidamente despreparados, que como cediço, não só auferem salários indignos, mas que diariamente trabalham sob risco e muitas vezes em mais de um turno seguido.

Assim, certamente não há como se exigir dos policiais conduta diversa do que assistimos hoje. Em Joinville, no Estádio Arena Joinville, presenciei 'in loco' policiais sequer realizando as revistas pessoais. Imediatamente passei a conversar com os mesmos que reclamaram das condições de trabalho, por vezes trabalhando em turnos seguidos (madrugada - manhã - tarde), não apenas para suprir a falta de efetivo, mas para garantirem melhores condições de vida as suas famílias.

Inconteste que o futebol abriga um público heterogêneo em aspectos econômicos e condições culturais. Por tal diferença necessita-se por óbvio de um grupo de segurança preparado, como avistamos nos estádios europeus, sobretudo no esporte americano (NFL, NBA, NHL, MLB). Neste sentido, em post anterior, havia criticado a ação de policiais contra torcedores, quando aqueles tratavam os torcedores como verdadeiros animais. Entretanto, repensando os últimos episódios, percebi que os grandes culpados são nossos poderes Executivo e Legislativo. E também que o problema vivenciado em nossas praças desportivas é muito mais profundo e em médio e longo prazo difícil de solucionar.

Destarte para uma efetiva mudança de paradigma, devemos além de educar os torcedores para melhor se portarem nos estádios, exigir das autoridades uma real urgência em solucionar as carências sócio econômicas (salários) dos sujeitos envolvidos na segurança das partidas (policiais militares), ou ainda, conforme posição particular que defendo, implantar segurança privada como acontece na BUNDESLIGA e que vem promovendo importantes resultados na diminuição da violência e no respeito ao torcedor.

É preciso que nossas autoridades e demais organizadores dos eventos esportivos, estes que assistem aos jogos em pleno conforto e segurança, diretamente de modernos camarotes, entendam que até pelo prisma econômico se mostra importante elevar as condições de trabalho de policiais, o que não apenas resultaria em maior numero de torcedores presentes nas praças desportivas, mas também em uma maior rentabilidade e giro da moeda nos cofres dos clubes, seja através da participação na compra de produtos licenciados nas lojas do clube, seja pela compra de mais ingressos e títulos de associados.

Enfim, é cada vez mais imprescindível que tais apontamentos se transformem em realidade. Quem sabe com os grandes eventos que se avizinham somado ao 'grande' engajamento das autoridades principalmente quando sob os holofotes da mídia, avistemos uma mudança de comportamento.

É esperar pra ver..

Forte Abraço!
FELIPE TOBAR

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Tragédia no Egito

Ao menos 74 mortes e mais de mil feridos - 150 deles em estado crítico. Esse é o saldo dos distúrbios ocorridos nesta quarta-feira na cidade de Port Said, no nordeste do Egito, após o jogo entre Al Msry e Al Ahly, pelo Campeonato Egípcio. As informações são do Ministério da Saúde do Egito, conforme publicou o "Ahram Online", site de um dos mais importantes jornais do país.
De acordo com Hisham Shiha, porta-voz do Ministério, a maioria dos feridos apresentava cortes profundos ou traumas. O tumulto começou após o fim do jogo, quando o campo foi invadido pelos torcedores dos dois times.

Empolgados com a vitória de virada sobre o atual campeão nacional por 3 a 1, torcedores do Al Masry, que já haviam paralisado a partida no meio do segundo tempo por conta de fogos de artifício lançados após a comemoração de um dos gols, invadiram o gramado e agrediram jogadores e comissão técnica do Al Ahly, que ainda não havia sido derrotado na temporada.
- Todos jogadores foram brutalmente agredidos – disse o lateral-direito Ahmed Fathi em entrevista por telefone ao portal “Ahram Online”.

Com os jogadores refugiados, os torcedores do Al Masry, alguns deles armados com facas, partiram em direção aos fãs do Al Ahly, que eram visitantes, e a confusão piorou.

‘Um torcedor morreu na minha frente’

Os jogadores, que se refugiaram da confusão no vestiário em um primeiro momento - depois foram para um quartel do exército -, não esconderam o desespero na hora da tragédia.
- Pessoas morreram e estamos vendo corpos agora. Um torcedor morreu no vestiário na minha frente – disse o meia Mohamed Abou-Treika, aos gritos, durante entrevista à emissora oficial do Al Ahly.


O meia-atacante Mohamed Barakat reclamou da passividade dos policiais diante do caos.
- Não tinha ninguém para nos proteger. Mas acho que é a nossa culpa porque fomos a campo jogar a partida. As autoridades tinham medo de cancelar o campeonato porque eles só pensam em dinheiro. Eles não ligam para as vidas das pessoas – afirmou Mohamed Barakat, dando a entender que a liga local já sabia que o jogo era de risco.

O Ministério da Justiça já acionou procuradores locais para investigarem os motivos da invasão e apontar os responsáveis. Por sua vez, o presidente do Parlamento egípcio, Saad al Katani, convocou uma reunião de urgência para debater os incidentes em Port Said.

Fonte:http://globoesporte.globo.com/futebol/futebol-internacional/noticia/2012/02/disturbios-em-jogo-de-futebol-deixam-25-mortos-no-egito.html


Comentários:

Caros leitores, em meio ao dualismo (ditadura x democracia) existente no atual Egito que já ocasionou milhares de mortos, travado entre o sistema ditatorial do exército e seus opositores, na maioria representados pela classe estudantil e trabalhadora, infelizmente, ainda continuamos a assistir perpetuações de imagens semelhantes, todavia, não mais nas praças das cidades, mas sim nos campos de futebol da Liga de futebol do Egito.

Estádios de futebol que, a priori, deveriam ser locais de lazer e o desafogo das mazelas e desprazeres suportados por aquele povo sofrido, mas que ao contrário do imaginado, e quiçá, muito compreensivelmente, acabara por se tornar uma arena de guerra, transpirando a indignação e a revolta dos problemas particulares ocasionados pela atual realidade da sociedade egípcia. Ou ainda, uma arena que tristemente soprava provocações particulares, richas e trocas de farpas com a torcida adversária, isto a partir de um relato de um torcedor que estava presente na partida, ventilado pela mídia espanhola, através do periódico .

Pois bem. Para o bom leitor, vale informar que casos de invasão de campo continuam acontecendo nos relvados internacionais, conforme se comprova acessando os seguintes links: http://globoesporte.globo.com/futebol/futebol-internacional/noticia/2012/01/jogo-e-interrompido-no-egito-por-causa-de-invasao-de-torcedores.html / http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/sport/desporto/trinta-anos-fora-de-um-estadio-por-atacar-guarda-redes

Entretanto, como cediço, nada comparável a magnitude demonstrada no presente episódio. A história nos mostra que é raro nos depararmos com invasões de campo que geram conseqüências como estas, isto por que impressiona o espantoso número de mortos e feridos registrados até o momento. São 73 mortos e mil feridos, segundo as agências de notícias.

Além do mais, avaliar esta tragédia, forçosamente nos remete as duas grandes últimas tragédias internacionais (Heysel e Hillsborough). Assim como na final da Taça dos Campeões Europeus, disputada por Liverpool e Juventus, os aficionados "hooligans" e agora os torcedores denominados “ultras” catalisaram e refletiram nas arquibancadas, sentimentos negativos facilmente influenciáveis, os quais, inegavelmente são totalmente contrários ao altruísmo humano que tanto se espera imperar nas praças desportivas entre torcedores rivais de futebol e/ou de qualquer outro desporto. Ao que se tem notícia, a Liga Americana de Futebol Americano (NFL), superou este problema e os torcedores dos times que disputam a bola oval, assistem aos jogos, por vezes, ao lado do rival, tudo na melhor rivalidade que se pode esperar.

Um torcedor, em entrevista ao site www.as.com, informou que provocações entre as torcidas ocorreram desde o apito do árbitro e que também se extenderam pelas imediações do estádio, senão vejamos:

Un testigo relataba la crudeza con que los seguidores del Al Masri trataron a los del Al Ahli: "Durante todo el partido han dicho cosas como "Os vamos a matar" o "No vais a volver a casa a salvo". Luego tiraban bengalas constantemente a la zona donde estaban los aficionados del Al Ahli". El mismo joven aseguró que los disturbios se expandieron a la ciudad de Port Said, donde se han quemado coches y se han atacado negocios privados.

Também os meios de comunicação relataram que a rivalidade é antiga, sendo que os próprios jogadores afirmaram que o jogo era considerado de alto risco e que fora inconteste a ausência do aparato policial para reprimirem e por conseguinte reduzirem os estragos dos confrontos. Os problemas que assistimos em nosso país, quase que ocorreram integralmente por lá. A nota lamentável é que no Egito foi ainda pior. Ou seja, ficou evidente que Estado e organizadores do evento estiveram ausentes na prevenção e inteligência para elaborarem o melhor plano de ação à partida, limitando riscos e infortúnios à todos os presentes. Já a força policial que em nossos estádios são extremamente presentes na repressão, parece que neste caso, talvez assustados com a dimensão alcançada, ou ainda realmente negligentes no socorro às vítimas, omitiram-se e permitiram a invasão de torcedores do time local, na maioria jovens e até crianças como se denotam pelas fotografias retiradas e disponibilizadas nos sites de esporte de todo o mundo, o que apenas comprova o poder de expansão e sedução que a violência possui.

Neste sentido, Bill Buford, jornalista americano, que entre 1982 e 1990 participou dos hooligans do Manchester United, a fim de encontrar as razões dos torcedores para explicar o fenomeno da violência, em seu livro “Entre os Vandalos”, já dizia que “a violência apresenta uma das experiências vividas com mais intensidade e, para aqueles capazes de se entregar a ela, um dos mais intensos prazeres”.

Assim, cabe a indagação: Seria a violência um reflexo da sociedade? A extensão dos problemas vividos nas ruas?

Estas perguntas, adianto, serão respondidas em um livro que estou a escrever sobre o Estatuto do Torcedor.
Rapidamente, talvez sejam problemas culturais que devem ser “curados” a longo prazo, na base de homeopatia preventiva, como assim o quer o diploma legal dos torcedores (Lei 10.671/2003).

Chegando ao fim deste post, ao que parece, poucos países do globo, aprenderam com as tragédias anteriores ocorridas nos 4 cantos deste mundo, estas detalhadas no site: < http://www.as.com/futbol/articulo/otras-tragedias-futbol/20120201dasdasftb_59/Tes. >

Portanto, urgente a necessidade de se implantar um novo modelo de tratamento ao torcedor, fundado na promoção da paz e do bem-estar recíproco, a fim de extirpar a violência do futebol, mesmo porque, no saber de REIS (2010), por essência e por definição, este esporte exclui a violência.

Os problemas enfrentados nesta noite no Egito, apenas alertam que mudanças devem ocorrer. E isto começa em duas premissas básicas: Respeito ao torcedor e diminuição da sensação de impunidade.

Para acessar as fotos e vídeos da tragédia egípcia, basta acessar - http://globoesporte.globo.com/platb/meiodecampo/2012/02/01/invasao-causa-dezenas-de-mortes-no-egito/ ou http://www.as.com/futbol/articulo/75-muertos-egipto-partido-liga/20120201dasdasftb_55/Tes

Grande Abraço!

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
www.globoesporte.com
www.as.com
REIS, H. H. B. O Espetáculo Futebolístico e o Estatuto De Defesa do Torcedor. Rev. Bras. Cienc. Esporte, Campinas, v. 31, n. 3, p. 111-130, maio 2010.